07 maio 2013

Craque Botafoguense

Se o Seedorf fosse brasileiro, ele teria uma vaga na Seleção? Essa foi a pergunta que me fizeram ontem. Não precisei pensar muito para afirmar que ele seria o dono absoluto da camisa 10. E fui além, disse que Seedorf, hoje, pode assumir tranquilamente até o Ministério da Fazenda ou a Presidência do Banco Central, tamanha é a sua capacidade e postura moral.
Fechar com esse holandês, nascido no Suriname, foi o melhor negócio que o Botafogo fez desde a contratação de Túlio Maravilha. A sua contribuição não é só com o futebol arte mostrado dentro de campo, ele trouxe ao alvinegro carioca uma nova mentalidade. Mostrou ao time de General Severiano a vontade de vencer. Ensinou que ganhar é bom e que a vitória só vem com muito trabalho.
Uma das primeiras medidas tomadas pelo Sidão foi acabar com o pagode no vestiário. Contam as minhas fontes que, antes dos jogos, os jogadores faziam um alegre sambão no aquecimento e só depois iam a campo perder mais um jogo. Ninguém reclamava e ficava por isso mesmo. Isso, no Fogão, é coisa do passado. Outra medida que deve ser aplaudida foi a proibição de que os jogadores treinassem bêbados. Com todos sóbrios e focados no trabalho, ficou mais fácil. Ele uniu o grupo, deu exemplos de profissionalismo e ética, cobrou um esforço a mais dos colegas e elogiou os acertos.
Por tudo isso, Seedorf já repousa ao lado de Garrincha, Nilton Santos e tantos outros craques no panteão dos heróis botafoguenses.
(Texto de Jovane Nunes)