27 julho 2016

Limousine Kombi

A Kombi é uma verdadeira lenda na história automotiva mundial. Com produção inciada nos anos 50 e chegando até 2013, no Brasil, é um ícone do transporte de cargas e passageiros. Mais do que isso, é um veículo que caiu nas graças de diversos grupos de interesse, incluindo os representantes da cultura “hippie” e outras pessoas que a utilizam para diversas finalidade bem diferentes da sua proposta original. Esse é justamente o caso que você vai acompanhar agora, envolvendo a criação do mecânico indonésio Wahyu Pamungkas, que alega ter concebido a Kombi mais longa do mundo.
Inicialmente, essa história se passa em Semarang, na Indonesia. Trata-se de uma Kombi resultante da fusão de dois exemplares, passando a ter o incrível comprimento de 7,9 m. Com essa medida, o pai do projeto alega que realmente é a Kombi mais longa do mundo. O dado mais impressionante é que agora ela possui a sensacional capacidade para 20 pessoas sentadas.
Para ficar pronta, foi mais de um ano e o trabalho de 30 homens envolvidos. Além disso, o motor original de 1.500 cc foi substituído por um de 2.000 cc para dar conta do recado. Aliás, o propulsor instalado ficou também com o visual muito bacana, inclusive por conta dos detalhes cromados.
Por falar em aparência, o design exterior também ficou bem interessante, guardando certa harmonia com, dentro do possível, com o modelo original. Agora interior merece grandes destaques, com bancos de couro e a sensacional capacidade equivalente ao de uma limousine grande.
Enfim, chegou o momento de ver as imagens dessa Kombi customizada e impressionante em todos os detalhes.

23 julho 2016

Burro!

Meia-esquerda, matou a bola no peito e olhou adiante procurando o nove.
(Enquanto a bola descia, lembrou-se de outro jogo, anos antes, em que ele era o nove e aguardava o lançamento do meia, que também acabara de dominar a bola no peito. Ele então correra entre os beques e receberia o passe na cara do gol, mas o meia desviara o olhar e dera o passe para o volante ao seu lado – só que ele é quem fora xingado pela torcida, por ter corrido para o lado contrário ao que deveria.
Lembrou-se também – a bola passando pelo quadril – de que, naquele jogo, depois de não receber o passe do meia e ser xingado, lembrara-se de um jogo anterior, no qual ele era o meia-direita, e de que dominara no peito e vira o centroavante correndo, mas escolhera não fazer o passe para ele e sim dar a bola para o volante ao lado – tendo sido, por isso, xingado pelos torcedores.
E lembrou-se em seguida – a bola perto do joelho – de que, nesse jogo mais antigo, depois de dar o passe pro volante, lembrara-se de um jogo no início da carreira em que ele era o volante e recebera o passe do meia, que, em vez de enfiar a bola pro centroavante, preferira lhe passar a bola – e que ele não soubera o que fazer e a perdera, o que o fizera ser xingado na arquibancada.
E ainda – a bola na altura da canela – lembrou-se de que, no jogo em que ele era o volante, lembrara-se, depois de receber o passe e perder a bola, de que anos antes, jovem, na arquibancada, assistira a lances parecidos e xingara ora o centroavante, ora o meia e ora o volante.)
Quando a bola parou no seu pé, enfiou-a para o centroavante correndo atrás dos zagueiros, mas errou o passe e armou o contra-ataque adversário, e só então viu que o volante ao seu lado pedia a bola.
E então escutou um torcedor chamando-o de burro e não soube se aquilo era real ou se era uma lembrança sua durante um lance que ainda ocorreria no futuro.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

20 julho 2016

Jogando por Música

Domingo cedo, indo pro jogo na caminhonete, todo mundo no samba. Ele ia calado.
Na volta, se vencessem, a mesma coisa. Cantoria e batucada. Ele, uma estátua. Assim continuava no bar o resto da tarde.
Mas, durante o jogo, cantava. Serestas, sambas-canção. Clássicos românticos e boêmios. O jogo todo.
Os adversários estranhavam. A torcida ao redor do campo, também.
Mas com o passar do jogo se acostumavam.
Não cantava alto. Nem baixo. Dava pra ouvir no campo quase todo.
E a voz dele era bonita. Um tenor macio, lírico.
Às vezes, a mesma música o jogo todo. Às vezes, uma em cada tempo.
Ficava repetindo, alheio aos gritos, reclamações, impropérios e falas dos demais jogadores e da torcida.
Meio-campo clássico, parecia reger seus passos e passes pelo andamento da melodia, pelos agudos e graves, pelas pausas.
E jogava muito. Sem ele, o time era fraco. Com ele, dominava, impunha o ritmo, criava chances, fazia gols, vencia quase sempre.
Como um maestro fazendo todos jogarem o melhor de si.
Não podia era acontecer de ele esquecer um pedaço da letra.
Quando acontecia, era uma tragédia. Ele parava onde estivesse e ficava repetindo a frase anterior da letra, coçava a cabeça, olhava pro alto, fechava os olhos, sussurrava de novo o verso anterior, e nada.
O jogo seguia e ele ficava parado onde estava.
Se lembrasse, retomava o jogo como se nada tivesse acontecido. Se não, ficava ali – ninguém o tirava porque ele poderia se lembrar a qualquer momento e isso mudaria o jogo.
Mas algumas vezes embatucava no verso, que sumia e não voltava. E aí era o desastre. O time desandava e perdia feio.
No começo era muito raro. Mas de uns tempos para cá vinha acontecendo com mais frequência. Lá pelo meio do segundo tempo, músicas tantas vezes cantadas, tantas vezes repetidas, falhavam.
E então a tragédia: ele parado, coçando a cabeça, mexendo os lábios, os olhos pra dentro e pro alto, repetindo o verso antecedente – e tome gol do outro time.
O que o pessoal começou a fazer foi aprender as músicas que ele mais cantava. Todos se puseram a decorar a maioria delas. Depois do treino, ensaiavam com o técnico, que distribuía as letras impressas para todos.
Eles iam pro jogo com o papelzinho nos bolsos se precisassem colar.
De modo que, havendo a parada na canção, alguém por perto já lhe soprava o verso faltante: “da mulher, pomba-rola que voou”, “me acompanha o meu violão”, “mas tu não flertaste ninguém”, “que o meu lar é o botequim”, “respeite ao menos meus cabelos brancos”, “jurar, aos pés do onipotente”, e pronto, ele retomava e seguia, cantando e jogando.
O problema é que agora ele surgiu com uma canção que ninguém conhece.
E a canta, a mesma, em todos os jogos. Os colegas prestam atenção, tentam decorar, já pesquisaram trechos na Internet, mas nada. Só ele sabe a letra, enorme, complicada, meio sem sentido.
Mas linda.
Todos ficam encantados.
Talvez seja a mais bela de todas as que ele já cantou.
Será composição dele?
Não ousam perguntar.
O fato é que, com a nova canção, ele tem jogado cada vez melhor.
Com isso, são jogos e jogos com vitórias seguidas – e muito samba na caminhonete e no resto da tarde.
Mas todos com um medinho lá no fundo: essa, se ele esquecer a letra, ninguém vai conseguir completar.
(Texto de Luiz Guilherme Piva)

17 julho 2016

Sobrevivente

Em determinado momento do épico filme “Titanic”, vencedor de 11 Oscars em 1998, um funcionário do navio ameaça multar um passageiro que quebra a porta de uma cabine para salvar um homem que tentava fugir do interior da embarcação enquanto o navio afundava. É uma cena rápida no filme.  Quem a inspirou se chamava Duane Williams e seu filho, Richard Norris Williams II.
Eles viajavam na primeira classe do navio na fatídica noite de 14 para 15 de abril de 1912 quando o Titanic naufragou após colidir com um iceberg. Duane era um advogado milionário da Filadélfia, Estados Unidos, e seu filho, Richard, mais conhecido como Dick, era um famoso tenista norte-americano.
Após salvarem o homem que estava trancado na cabine, pai e filho subiram ao convés para buscar abrigo em um bote salva-vidas. Dick, o tenista, então com 21 anos, pulou na água congelante. Foi seguido pelo pai, 30 anos mais velho. A ideia era ir nadando até a embarcação mais próxima.
Quando olhou para trás, Dick viu uma das chaminés do Titanic cair exatamente sobre o local onde o pai estava. Foi tomado pelo desespero, que não amenizou nem quando já estava são e salvo em um bote de resgate. Durante quase seis horas, Dick permaneceu com água na altura dos joelhos, ouviu de um dos médicos na embarcação que teria de amputar as duas pernas, dando o avançado grau de gangrena provocado pelo gelo.
Dick recusou a amputação. E a história mostrou que ele tomou a decisão correta. Quatro meses mais tarde, lá estava Dick Williams em quadra, totalmente recuperado, para tornar-se campeão de simples do US Open.
Ele foi um dos maiores tenistas da história.
Venceu outras duas vezes o Grand Slam dos EUA e em Wimbledon, ambos nas duplas. Ao lado de Hazel Wightman, atingiu o auge da carreira, quando faturou a medalha de ouro nas duplas mistas nos Jogos de Paris-1924, última edição do torneio olímpico de tênis antes de a modalidade ser excluída das Olimpíadas até retornar em definitivo em Seul-1988.
Entrou para o hall da fama do tênis em 1957, já aos 66 anos. Morreu 11 anos depois, na Filadélfia.
Durante muito tempo, sua história permaneceu sem ser contada. Mas há quatro anos, quando foram lembrados os 100 anos do naufrágio do Titanic, dois livros em inglês foram lançados: “Titanic The Tennis Story”, de Lindsay Gibbs, e “Starboard at Midnigt”, de Helen Behr.
Este último narra a história de Karl e Helen Behr, avôs da autora do livro. Karl também era tenista, um dos cinco desportistas a bordo do Titanic. Ele sobreviveu ao naufrágio e encontrou-se com Dick Williams no bote salva-vidas, chamado Carpathia. Eles tornaram-se amigos e até disputaram Copa Davis juntos pelos Estados Unidos.
Os outros três desportistas no Titanic eram Dai Bowen e Leslie Williams, pugilistas, Charles Eugene Williams, campeão do mundo de squash. Esses não tiveram a mesma sorte de Karl Behr e Dick Williams e morreram no desastre. Dos 2.200 passageiros, apenas 700 sobreviveram para contar a história. 

15 julho 2016

Desapego

Desapego pode sinalizar equilíbrio emocional.
Abrir mão de coisas, pessoas e situações deixa vida mais leve.
Apego excessivo afeta saúde física e mental.
As pessoas apegadas podem apresentar diversos sintomas como ansiedade, fobia, depressão, ou seja, ou têm medo de perder ou perderam e não souberam lidar bem com a perda.

13 julho 2016

Loira no Cassino

Uma loira muito sensual entrou num cassino, trocou dez mil dólares por fichas e dirigiu-se à mesa da roleta. Lá chegando, anunciou que apostaria todo o seu dinheiro e que acertaria os números em um único lance. E, fitando os dois empregados responsáveis pela roleta, acrescentou: 
- Olha, espero que vocês não se importem, mas tenho mais sorte quando estou toda nua... 
Dito isto, ela se despiu completamente, e depois colocou as fichas todas sobre a mesa. Inteiramente abestalhado, o "croupier" acionou a roleta. Enquanto esta girava, a loira cantava:
- Mãezinha precisa de roupas novas... mãezinha precisa de roupas novas... 
Assim que a roleta parou, ela começou a dar grandes pulos e a gritar:
- Ganhei!! Ganhei!! Que Maravilhaaaa!! Ganheeeiii!!... 
Ela então abraçou e beijou cada um dos croupiers. Em seguida debruçou-se sobre a mesa e recolheu todo o dinheiro e as fichas. Vestiu-se rapidíssimamente e se mandou. Os croupiers se entreolharam boquiabertos. Finalmente, um deles, voltando a si, perguntou: 
- No quê que ela apostou, você viu? 
E o outro: 

- Eu não... Pensei que você estivesse olhando...
Moral da história: 
Nem toda loira é burramas homem é sempre homem...

10 julho 2016

Orgulho da Prole

Quatro amigos se encontraram em uma festa, após 25 anos sem se ver. Alguns drinques aqui, bate-papo dali, e um deles resolve ir ao banheiro. Os que ficaram falaram sobre os filhos. 
O primeiro disse:
- Meu filho é meu orgulho. Ele começou a trabalhar como office-boy, estudou, formou-se em administração de empresas, foi promovido a gerente e hoje é o presidente da empresa. Ficou tão rico que, no aniversário de um amigo, deu uma Ferrari para ele.

O outro disse:
- Nossa, que beleza! Mas o meu filho também é um grande orgulho para mim. Ele começou trabalhando como entregador de passagens. Estudou e formou-se piloto. Foi trabalhar em uma grande empresa aérea. Resolveu entrar de sociedade na empresa e hoje ele é o dono. Ele ficou tão rico que, no aniversário de um amigo, deu um avião de presente para ele.

O terceiro falou:
- Nossa, parabéns! Mas o meu filho também ficou muito rico. Ele estudou e formou-se em engenharia. Abriu uma construtora e deu tão certo que ficou milionário. Ele também deu um super presente para um amigo que fez aniversário: um apartamento de luxo!

O amigo que havia ido até o banheiro chegou e perguntou:
- Qual é o assunto?
- Estamos falando do grande orgulho que temos de nossos filhos. E o seu? O que ele faz?
- Não posso dizer que ele é meu grande orgulho: sai com tudo quanto é homem, é cabeleireiro e maquiador, mas devo admitir que é um grande sortudo. Sabe que ele fez aniversário e ganhou um apartamento, um avião e uma Ferrari de presente?

07 julho 2016

Cheia de Manias

Cheia De Manias
(Raça Negra)
Cheia de manias
Toda dengosa
Menina bonita
Sabe que é gostosa
Com esse seu jeito
Faz o que quer de mim
Domina o meu coração
Eu fico sem saber o que fazer
Quero te deixar
Você não quer
Não quer...
Então me ajude a segurar
Essa barra que é gostar de você
Hiê!
Didididiê
Didididiê ê ê
Didididiê
Estou na sua casa
Quero ir pro cinema
Você não gosta
Um motelzinho
Você fecha a porta
Então me ajude a segurar
Essa barra que é gostar de você
Hiê! Didididiê...

05 julho 2016

Volta, Redonda

A mulher pediu o divórcio porque o marido vivia chamando ela de gorda. Arrependido, ele resolve pedir ajuda a torcida do seu time pra fazer um mosaico com uma mensagem que o ajude a ter sua amada de volta.

03 julho 2016

Aves de Arribação

Nascido em Várzea Alegre, Ceará, desde jovem adotado pela Bahia, onde foi deputado estadual três vezes, Raimundo Sobreira conta sobre Humberto Teixeira, advogado e poeta que desde 1945 adotou o Nordeste na parceria com Luiz Gonzaga, com quem fez músicas memoráveis, como Asa Branca e No meu pé de serra. Teixeira ganhou tanto prestígio que o Ceará o elegeu deputado federal em 1954. Viajou para o Rio (na época a capital do país), voltou queixando-se com um compadre:
— Não gostei da política. É só tititi e trairagem, um horror...
O compadre emendou:
— É uma coisa triste. Quando você está bem todo mundo chega, quando está mal, todos se mandam, uma descaração só!
E Humberto:
— Pois é, compadre. Em homenagem a eles, dedico estes versos:
Amigos são quase todos
Como aves de arribação
Se faz bom tempo eles vem
Se faz mal tempo eles vão
Cearense de Iguatu, Humberto Cavalcanti Teixeira (1915-1979) foi advogado, político, instrumentista, poeta, compositor, fundador e presidente da Academia Brasileira de Música Popular.

01 julho 2016

Gol Invisível

Finalíssima de campeonato no interior mineiro e o time da casa precisava desesperadamente da vitória. 
O empate daria o título ao arquirrival.
Para piorar as coisas, um problemão: Joca, o grande craque da região, o Pelé da época, muito gripado, não podia jogar.
A pedido do técnico, fica no banco de reservas, apenas para intimidar o adversário.
Rola a bola e o jogo é tenso, fechado, nada de oportunidade de gol para nenhum dos times.
O zero a zero persiste e já no finalzinho, o treinador, em desespero, chama o Joca e pede:
- Vai pro sacrifício, meu craque! É tudo ou nada. Só você pode nos salvar!
E o nosso herói entra em campo, aos 42 minutos do segundo tempo. Aos 44, em um contra-ataque, o ponta direita Fumaça vai ao fundo e cruza: Joca mata a bola no peito, tira o beque da jogada e dispara...
A torcida se levanta, os locutores enchem os pulmões para gritar gooool!...
De repente, os refletores do estádio se apagam.
Ninguém consegue ver a conclusão do lance.
Pânico geral, e somente cinco minutos depois as luzes começam a voltar.
Em meio à confusão, a bola sumiu.
E, afinal, o que aconteceu?
Sereno e impassível, o juiz se dirige para o centro do gramado.
Os repórteres o cercam:
- O que foi, seu juiz?
E ele, com toda a segurança:
- GOL!
Mas ninguém viu a bola entrar após o chute do Joca! - argumentam os repórteres atônitos e os adversários enfurecidos.
E o juizão, com toda segurança:
- Vocês que acompanham futebol sabem muito bem: DALI, O JOCA NÃO PERDE!
(Texto de Victor Kingma, de Minas Gerais)
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