13 outubro 2017

Assinatura

Benigno Mattos, tabelião e vereador por cinco mandatos em Olindina, na Bahia, lá um dia recebe no cartório João Claro da Cruz, o João de Clara, semianalfabeto, morador da zona rural, querendo reconhecer a firma da própria assinatura, uns garranchos daqueles que saíram da caneta a duras penas.
Olhou, comentou com desdém:
– Isso é lá assinatura! Parece que uma barata fez cocô e a merda se espalhou pelo papel!
João reagiu:
– Quando você me pediu voto para vereador, a assinatura era essa e valeu.
– Mas você não votou.
E João, cheio de moral:
– Ah! E é por isso que minha assinatura virou cocô de barata e você não reconhece a firma, não é?